Doce ilusão...

Sentada. Parece querer lembrar de alguma diferente em seu dia... Mas não, não tivera nada demais. Era preciso querer continuar, mas não via de onde tiraria tanta coragem para tal... Recusara todos os convites que a vida tinha lhe feito, e agora se vê perdida... Sem saber qual motivo levaram-na a fazer tais escolhas. Felipe percebeu seu comportamento diferente e quis perguntar o que tinha acontecido, mas Clarice sabia que estava realmente diferente e tinha certeza que se tentasse explicar, Felipe não a entederia. Preferiu as boas mentiras de sempre, mas ela queria era ser sentida, compreendida, amada. Naquilo, ninguém pareceu estar interessado.

Clarice adormeceu em seus pensamentos e acordou com vontade de mudar. Foi ver o mar. Sentiu a brisa e o calor gostoso que fazia naquele começo de manhã, o vai e vem das ondas, livres. Era aquilo que ela queria ser: livre, quente, solta... Clarice tinha necessidade de ser fora quem gritava por dentro pra sair. Até Felipe, que a conhecia tão bem, iria deixar de ficar surpreso com tais mudanças! Ela viu que o Sol começara a ficar mais quente e percebeu que ja tinha passado tempo demais ali e precisava voltar pra casa.

Em casa, todos estavam preocupados. Ela não costumava sair tão cedo e não avisar. E talvez, Felipe tenha ficado de fato preocupado... Mas os outros, eram muito trágicos... Aquilo tornou-se uma cena engraçada pra ela, todos se diziam tão modernos, mas sequer aceitavam um momento de liberdade. Imagine se soubessem que ela queria de fato mudar, ser livre, gritar! Iriam chama-la de louca!

Percebeu que teria que dizer mais uma vez não, aquele não era o momento certo. E não sabia se ainda ia ter algum momento certo em sua vida tão plástica. Resolveu "acordar pra vida" e escutar as estórias daquele gorducho trágico.

Viviane, 12-8-9